UNEB Seabra cria mapa com informações dos “Profetas da Chuva” de Baixa Grande

UNEB Seabra cria mapa com informações dos “Profetas da Chuva” de Baixa Grande

Em abril, foi realizado no povoado de Viração — distrito situado a cerca de 18 km da sede de Baixa Grande — o I Encontro dos “Profetas da Chuva”, evento que reuniu agricultores locais que observam sinais da natureza para prever se o período será de chuva ou de estiagem.

A iniciativa contou com o apoio de entidades não governamentais e estudantis, entre elas a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus de Seabra, que enviou uma turma do curso de Jornalismo. Os estudantes registraram e anotaram todos os relatos e observações feitos pelos agricultores. Com base nessas informações, elaboraram um mapa temático sobre as previsões e saberes tradicionais dos “profetas da chuva”.

O resultado desse trabalho foi apresentado na última quinta-feira, dia 23, durante o evento “UNEB, Um Só Oceano”, promovido pela universidade.


O município de Baixa Grande foi representado pela diretora-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares, Helena Rita, que destacou a importância da valorização dos saberes populares no enfrentamento das mudanças climáticas e na preservação da cultura local.

Descrição do Mapa “Profetas e Profetisas da Chuva – Baixa Grande/BA”

O Mapa de Simpatias e Previsões sintetiza o conhecimento popular de agricultores e agricultoras conhecidos como “Profetas e Profetisas da Chuva”. Organizado em forma de círculo, o mapa está dividido em meses e estações do ano, apresentando as principais previsões climáticas, sinais da natureza e simpatias rurais observadas nas comunidades da região.

Cada quadrante do mapa representa um período do ano — verão, outono, inverno e primavera — e traz elementos visuais que simbolizam os indicadores naturais, como o canto de aves, o movimento das formigas, o florescimento de plantas e o comportamento de animais domésticos.

Na parte inferior, estão registradas previsões mensais, por estação e anuais, que refletem a sabedoria acumulada de gerações sobre o clima semiárido. Exemplos incluem:

  • Janeiro: “Se o João-de-barro canta no alto, é sinal de chuva boa.”
  • Outono: “Formigas carregando folhas verdes indicam aproximação de chuva.”
  • Anual: “Ano de muita floração dos umbuzeiros é prenúncio de bom inverno.”

O mapa também valoriza o papel das mulheres no saber climático, destacando profetisas entre os nomes citados, e reforça o caráter coletivo e comunitário dessas observações.

A elaboração foi fruto de uma parceria entre o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a UNEB – Campus Seabra, e contou com apoio da Agência UNEB de Inovação e patrocínio do Sicoob Sertão.

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Por: Ediomário Catureba

Ediomário Catureba

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